Ricardo
Kalan Schwarz
O que seria um espaço vazio com trilhos abandonados e
enferrujados, a estação do viaduto da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), por onde percorreria o Veículo Leve sobre Trilhos (o famoso VLT),
tornou-se por um dia num palco de apresentação de uma obra de arte efêmera realizada
pelo Coletivo à Deriva, a qual se refere à intervenção urbana “Vozes Livres
sobre Tralhas”. Coletivo referido é formado pela Professora Dra. Maria Thereza
Azevedo e seus alunos do Mestrado e Doutorado, do Programa de Pós-Graduação de
Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso. Apesar
de ser um local descrito como abandonado, a partir da intervenção urbana
realizada pelo Coletivo à Deriva ele ganha vida e é utilizado como palco
teatral para a execução da uma performance inédita.
Sendo a estação do viaduto da UFMT associado ao palco, pelo
o que conhecemos no linguajar cotidiano, o palco é o local onde são apresentados peças de teatro, coreografias de dança, músicas, etc. Existem alguns
tipos de palcos encontrados nos ambientes teatrais: teatro de arena, elizabetano e italiano (BARROS,
2011). Esse “palco” chamado viaduto da UFMT apresenta praticamente uma mistura
dos aspectos particulares de cada tipo citado anteriormente, sendo que este
local pode ser visto por vários espectadores em diversos ângulos diferentes da
cidade ao redor.
Em se tratando do teatro
de arena, já que a copa do mundo levantou arenas para os jogos, talvez
sem perceber, deixou como marca negativa vários teatros de arena pela cidade de
Cuiabá, dentre eles o viaduto da UFMT, sendo um palco de insatisfação, indignação,
frustração, tristeza e um dos signos da corrupção política brasileira.
Tendo então como palco, a estação do viaduto da UFMT no
movimento irônico e de protesto realizado pelo Coletivo à Deriva, assim como ocorre
em um teatro convencional, se é que podemos dizer assim, este movimento de
protesto pacífico apresentou características semelhantes à apresentação
convencional de um espetáculo de teatro, música e dança. Isso é claro, com
características da contemporaneidade, onde a performance ocorre não em um lugar
convencional como o teatro, mas em meio ao espaço urbano pertencente a realidade
cotidiana da cidade de Cuiabá, no Estado de Mato Grosso. Assim como temos o
conceito de que o contemporâneo veio para desconstruir as estruturas do
moderno, também o movimento realizado pelo Coletivo à Deriva apresenta traços
de desconstrução de uma performance engajada pelo teatro convencional e,
digamos erudito.
Para completar, no que concerne a preparação do local
para a intervenção urbana, no palco do VLT foi criado um cenário com pinturas
que representavam o vagão do motorista tanto na ida quanto na volta do
itinerário, além do desenho da vela do aniversário de um ano da sua
inexistência. Afinal de contas, foi um aniversário onde o aniversariante não
esteve presente dando um bolo nos seus “convidados” que comeram o bolo dado, e
ainda, brigadeiros para completar a comilança da festa.
Antes mesmo da realização
da “festa de aniversário” citada no parágrafo anterior, nesta intervenção, os
artistas-alunos tiveram a experiência de se deslocar sobre o viaduto da UFMT apesar
de não ser uma paisagem bonita em si. Não é este local uma paisagem de bela
estética, mas sim, o que está em volta dele pode ser considerado tal,
principalmente, quando ao final da tarde no momento exato em que a performance
terminou, ocorreu o pôr do sol ao horizonte da cidade. A verdade é que, há uma
ferida em meio ao belo estético apresentado pela cidade de Cuiabá.
A performance também foi registrada a partir de fotos e
podemos dizer que remete-se a um tipo de performance documental, baseada em fatos
reais e não fictícios (AUSLANDER apud AGRA, 2014, p.61). Mas se pensar bem,
podemos ironizar e associar o VLT aos aspectos fictícios por conta da sua
inexistência enquanto transporte urbano que levaria centenas de pessoas pela
cidade de Cuiabá, ou seja, o VLT é um transporte urbano “fictício”.
Esta performance se assemelha aos aspectos de encenação e
ficção que a instância teatral carrega consigo. Para tais aspectos teatrais,
existe o lugar, os atores, o cenário, os instrumentos musicais, esses os quais geram
atuação, representação, espetáculo, drama e performance dentro do debate que é
feito na produção artística (AUSLANDER apud AGRA, 2014, p.62). Também nesse ato
performativo, podemos notar a existência do virtuosismo presente nos
performers, os quais apresentaram a eficácia do ato metacomunicativo onde os
mesmos quiseram atrair para si os olhares do público para demonstrar algo que
pode ser interessante.
Houve também na performance a execução dos instrumentos
de percussão como surdo, caixa, clave, agogô, triângulo, e ganzás em forma de
ovo e de metal. Na música contemporânea de concerto, esses instrumentos são
bastante explorados e incluídos em composições diversas para grupos de
percussão sinfônica, e no caso da utilização dos mesmos instrumentos na
intervenção urbana “Vozes Livres sobre Tralhas”, podemos dizer que migraram de
um contexto sonoro-contemporâneo musical do teatro convencional para a
exploração sonora que representasse as características de um protesto irônico. Ao
mesmo tempo em que os instrumentos de percussão executados pelos
artistas-alunos apresentaram sonoridades de festa, alegria, dança e
descontração, também por outro lado, ficou evidente o quanto as sonoridades dos
instrumentos entoaram um som de protesto, ironia, indignação, irritação,
insatisfação, etc.
A percussão contemporânea
apresenta repertórios inovadores que fogem à tradição e exploram os
instrumentos de formas atípicas. Além disso, a performance dos percussionistas
é algo que mexe tanto com os próprios percussionistas como os amantes e
apreciadores da música e especificamente destes instrumentos. O que sempre
ouvimos falar é que a bateria e a percussão são o coração da banda ou de um
grupo musical qualquer, sem eles não há vida nem ritmo para atrair os
espectadores a dançar e curtir o som da música. Isto foi algo presente na intervenção
sobre o viaduto da UFMT, onde a interação esteve presente tanto entre os
próprios artistas quanto aos espectadores que passavam com seus carros.
Em se tratando das gestualidades e expressividades
apresentadas pelos performers nesta intervenção urbana, quando se fala do gesto
ele é um aspecto do ser humano o qual em si mesmo é apenas um movimento, mas
quando lhe é atribuído significado, representa uma intenção que o indivíduo
quer expressar diante de uma situação determinada. Além do gesto físico ligado
ao movimento da cabeça, braços e pernas, há também o gesto mental que expressa
o pensamento e as emoções (ZAGONEL, 1992). No caso da performance do Coletivo à
Deriva, houve gestos tanto físicos quanto mentais acontecendo simultaneamente.
Os primeiros condizem com os movimentos corporais no caminhar pelos trilhos do
VLT e a execução dos instrumentos de percussão, enquanto os segundos
representam as emoções ao mesmo tempo de indignação e diversão ao realizar o
ato performativo.
No que concerne há alguns tipos de gestos realizados por
um intérprete ou artista musical, Traldi, Campos e Manzolli (2007) definem a
seguinte tipologia dos gestos: Gesto Musical, Gesto Incidental ou Residual e
Gesto Interpretativo Cênico. Eles definem o primeiro como:
Gesto Musical (GM): diferentes padrões temporais descritos por estruturas sonoras variando no tempo e que são produzidos por instrumentos musicais sob a ação de um intérprete, dada uma notação musical específica, utilizada num contexto interpretativo específico.
Definem o segundo como:
Gesto Interpretativo Incidental ou Residual (GI): é o movimento natural e inevitável do corpo do intérprete, em especial da cabeça e dos braços, na execução instrumental.
E o terceiro:
Gesto Interpretativo Cênico (GC): é a ação do intérprete frente à descrição e a utilização específica de algum tipo de movimento que não está diretamente ligado ao ato de tocar o instrumento de modo que tal gesto possua significado próprio e autônomo.
O que foi visto durante a execução dos instrumentos de
percussão foram exatamente a aparição desses três tipos de gesto, sendo o gesto
musical referente aos intérpretes executando instrumentos musicais de percussão
que geraram padrões temporais referentes a diferentes estilos musicais
executados (marcha fúnebre, pagode, axé, marcha militar, etc.). Ficou evidente
também a aparição de gestos incidentais, sendo que o corpo foi muito utilizado
expressivamente pelos intérpretes na execução instrumental e, a presença do
gesto cênico a quaisquer encenações que não estiveram ligadas ao ato de tocar
os instrumentos percussivos, como no caso da fila de trem formada pelos
artistas-alunos, e a encenação da festa de aniversário do VLT.
Além do “palco” em que ocorreu a performance do Coletivo
à Deriva, lembremos também que ao mesmo tempo em que se tem o espaço usado
pelos artistas (o palco), há o espaço
usado (os assentos) pelo público ou plateia, sendo que há a relação de troca
entre os dois pólos. O Palco foi os trilhos enferrujados e todo o entorno do
espaço que seria ocupado pelo VLT, sendo um lugar totalmente abandonado à
espera do término das obras para a circulação do transporte urbano. A plateia foi representada não pela Avenida
Fernando Corrêa que passa pelas laterais do “palco” estação do viaduto da UFMT,
mas também, por espectadores. Os assentos que seriam as cadeiras ou poltronas
num teatro convencional, neste caso tornam-se os bancos dos carros, motos,
ônibus e qualquer outro tipo de transportes que passaram por ali.
A partir do que foi citado no parágrafo anterior, além do
gesto dos artistas sendo musical, incidental e cênico, também há o gesto do
espectador o qual utiliza-se das suas forças intelectuais para observar,
perceber e fazer suas análises críticas construtivas e destrutivas. Ele pode
analisar tanto aspectos musicais quanto estéticos, englobando a questão dos
gestos executados pelo intérprete e a disposição de todos os recursos visuais
do palco. Duchamp apud Osório fala da
relação entre intérprete e o público:
O ato criador não é executado pelo artista sozinho; o público estabelece o contato entre a obra de arte e o mundo exterior, decifrando e interpretando suas qualidades intrínsecas e, desta forma, acrescenta sua contribuição ao ato criador.
A relação entre o
artista e o público não é simplesmente uma relação que apresenta a parte ativa
do primeiro e a passiva do segundo. Não é apenas uma transmissão linear de
informações gestuais e expressivas do artista ao público, mas sim, uma troca de
gestos onde o público também cria e interage com os performers. No coletivo à
deriva percebemos o acontecimento desta troca principalmente na hora em que os
performers oferecem brigadeiros e o público que passa pela avenida com seus
transportes variados, simplesmente aceita e bate palmas para a apresentação dos
artistas. A questão do apoiar ou não a realização de um espetáculo envolve
adeptos e não adeptos, e essa questão foi o que ocorreu nesta manifestação e
pelo que se percebeu houve um grande apoio por parte da “plateia” que são os
moradores da cidade incomodados e indignados com a situação de inexistência do
VLT, projeto que não têm expectativas de conclusão futura.
O período de realização desta intervenção urbana, o qual
foi do meio para o final da tarde, contribuiu para o aumento da plateia que
prestigiou o evento irônico, sendo que o trânsito é bem mais intenso do que em
outros períodos. Diferentemente de um público estático num teatro convencional,
este “teatro” do viaduto da UFMT apresentou um público em movimento e em
constante aumento de pessoas que não caberiam entre quatro paredes.
Apesar do tom irônico engajado no movimento exercido pelo
coletivo à deriva, houve também, uma experiência estética relacionada ao
território e a paisagem. Em se tratando da beleza ou do belo estético,
destaca-se o pôr-do-sol ocorrido ao final da tarde, o qual fechou com chave de
ouro e embelezou todo o deslocamento enquanto ação artística sobre o viaduto da
UFMT, realizado pelo Coletivo à Deriva.
Por que não dizer que a estação viaduto da UFMT, do VLT,
sofreu uma resignificação seguida de mutação e recombinação de seus elementos,
o que resulta no conceito de pós-produção? Houve a hibridação das técnicas e
dos procedimentos que resultaram no desdobramento e desenrolamento do
acontecimento da obra sob os olhos de todos.
A audácia esteve presente nesta manifestação, pois só
para os ousados é que isso pode se concretizar. Talvez nem todos teriam o mesmo
ímpeto de se apresentar em meio ao movimento cotidiano da cidade numa avenida
movimentada, onde até o risco de ser repreendido pela polícia existiu em certo
momento.
O fato de se deslocar na paisagem deixou-se de apenas ser
um movimento qualquer, mas transformou-se em ação simbólica. Esta a qual produz
a transformação simbólica do território sendo uma forma de arte autônoma. Cada
artista produziu a mutação das imagens fotográficas extraídas da intervenção
urbana, através do seu ato individual de ação e transformação simbólica do
território. Cada um com sua forma de arte particular e autônoma.
O que se teve na intervenção urbana, não foram alunos do
mestrado e doutorado do ECCO como simples flaneurs, no significado dos termos
“vagabundos” ou “vadios”, mas sim, operadores estéticos que percorreram a
paisagem afim de produzir uma arte efêmera que contribuísse ao programa de pós
graduação, como sendo mais uma atividade artística de relevante importância
para a academia. Ficou claro que esta intervenção urbana apresentou
características dadaístas como a aleatoriedade, liberdade das pessoas,
espontaneidade e o caos perante a ordem. Os
dadaístas proclamam a antiarte de protesto, do escândalo, do choque, da
provocação, com o auxílio dos meios de expressão oníricos e satíricos.
Baseiam-se no absurdo, nas coisas carentes de valor e introduzem o caos e a desordem em suas cenas,
rompendo com as antigas formas tradicionais de arte (REY, 2010, p.110).
A verdade é que, para a
realização desta deriva, foi preciso abrir mão da nossa rotina de deslocamento
cotidiano, seja no trabalho ou lazeres habituais, para se relacionar com o
espaço visitado atendendo às suas solicitações de significação. O local onde
seria a passagem do VLT é uma ferida que cruza a paisagem que está ao seu
redor. O ato de caminhar já é propriamente
uma arte, sendo esta liberada de ter um objeto como produto.
Sendo os trilhos do
viaduto da UFMT como um lugar abandonado, mesmo assim, através desta
intervenção urbana tornou-se um espaço pictórico para a construção de uma obra
efêmera, única, onde fotografia o restitui. Em meio à questão da memória visual
do local por onde passaria o VLT, a pergunta é se a forma como o mesmo se
encontra hoje, continuará do mesmo jeito por anos ou será modificada?
Enfatizando o conceito de obra aberta de Umberto Eco, está obra do VLT está em
aberto ou é um diamante lapidado e fechado?
O gesto de tirar foto se
assemelha com o gesto mental do espectador. A memória visual que parte tanto do
artista quanto do espectador pode ser considerada um gesto mental similar ao
registro documental de uma foto, já que, apesar do indivíduo não documentar a
imagem através de um arquivo de computador, ele salvaguarda uma imagem em sua
mente sendo ela de grande impacto e importância pessoal num acontecimento
ocorrido, ou seja, podemos dizer que há um tipo de “arquivo mental” de um
acontecimento que marcou e foi de grande relevância para aquela pessoa. A
mutação segundo o texto de Sandra Rey, neste caso ocorre não pela reutilização
das fotos arquivadas por artistas, mas sim mentalmente sendo mais outro tipo de
gesto mental. O indivíduo de forma singular associa outras imagens mentalmente
àquelas que ficaram arquivadas na sua memória visual e transforma-as através da
sua própria mente.
Esta intervenção urbana
foi uma pequena narrativa e um gesto expressivo utilizados para demonstrar a
insatisfação, irritação e indignação que os atores estão com a exibição desta
ferida aberta na cidade de Cuiabá, tais sentimentos compartilhados e
envolventes com a população que passava com seus automóveis ao redor da
performance realizada pelo Coletivo à Deriva.
Para finalizar, o que se
pode concluir é que essa manifestação artística realizada pelo Coletivo à Deriva
possibilitou a aproximação das relações humanas em torno de um sentimento único
de indignação pertencente à maioria da população da cidade de Cuiabá. Devido ao
período da globalização em que vivemos, as relações humanas foram estreitadas
tendo como exemplo a decadência das relações entre vizinhos próximos de uma
mesma rua, os quais possuem aparelhos eletrônicos e internet conversam com pessoas
mais distantes no mundo, se distanciando das que estão ao seu redor,
fisicamente falando. Mas ao mesmo tempo em que essas relações são estreitadas
segundo Borriaud (2009, p.23), “O contexto social atual restringe as
possibilidades de relações humanas e, ao mesmo tempo, cria espaços para tal fim”,
ou seja, com toda esta tecnologia ainda há mobilizações nos espaços urbanos
para a vinculação social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: <http://papodebastidor.blogspot.com.br/2011/10/tipos-de-palco.html>.
Acesso em: 28 jul. 2015.
BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção:
como a arte reprograma o mundo contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
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ECO,
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Acesso em: 20 jul. 2015.
REY, Sandra. Caminhar:
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TRALDI, Cesar; CAMPOS, Cleber; MANZOLLI, Jônatas. Os Gestos Incidentais
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<http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2007/praticas_interpretativas/pratint_CTraldi_CCampos_JManzolli.pdf>.
Acesso em: 25 jul. 2015.
ZAGONEL,
Bernadete. O que é gesto musical. 1.ed. São Paulo: Brasiliense, 1992. 63p.
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